Embora rei Charles III tenha sido oficialmente coroado monarca governante da Grã-Bretanha no dia 6 de maio, essa não foi a primeira coroação transmitida neste mês.
A tão esperada série prequel de Bridgerton da Netflix, Queen Charlotte: A Bridgerton Story, estreou no dia 4 de maio, convidando os espectadores a descobrir a origem íntima de sua personagem titular.
Ironicamente, Rainha Charlotte (interpretada por Golda Rosheuvel, que reprisa seu papel na série da mãe, e India Amarteifio como a versão mais jovem) não era uma personagem apresentada na série de livros best-seller de Julia Quinn, na qual a série é baseada. Mas, pelo poder da escrita de Shonda Rhimes, a realeza da vida real se tornou uma força tão poderosa que conseguiu sua própria série derivada.
Em seus seis episódios, os fãs veem como Charlotte passou de princesa alemã à rainha britânica, incluindo seu complicado relacionamento com seu marido, rei George III (Corey Mylchreest) e os campos minados políticos, sociais e raciais pelos quais ela navegou como o primeiro membro negro da família real.
Então, o que Queen Charlotte: A Bridgerton Story tirou da vida real da realeza? Caros leitores, vocês podem conferir abaixo:
Na série prequel Queen Charlotte: A Bridgerton Story, os fãs do drama histórico da Netflix podem ver a história de origem de sua realeza titular - interpretada por Golda Rosheuvel, com India Amarteifio fazendo sua estreia em Bridgerton como a versão mais jovem - incluindo seu misterioso casamento com Rei George III.
No episódio de estreia, uma resistente princesa alemã de 17 anos é enviada para a Inglaterra, onde se tornará a rainha britânica após se casar com George (Corey Mylchreest), goste ela ou não. Com medo de que ele seja "um troll", Charlotte tenta escapar escalando um muro de jardim, apenas para ficar cara a cara com seu futuro marido. O mais fofo dos encontros, não? Infelizmente, foi uma invenção da imaginação gloriosa de Shonda Rhimes. Na verdade, Charlotte, que ainda não falava inglês, conheceu George, de 22 anos, quando foi recebida pelo rei e sua família no portão do jardim ao chegar à Inglaterra, apenas seis horas antes de trocarem votos.
Embora o casamento deles tenha sido bastante luxuoso na tela, as núpcias reais foram assistidas apenas pela família real, as pessoas que viajaram da Alemanha com a noiva e um alguns outros convidados.
Um enredo importante ao longo da carreira de rainha Charlotte é a interseção de raça e política dentro da monarquia, já que Charlotte é apresentada como a primeira pessoa negra a se casar com um membro da família real. Até hoje, os especialistas ainda debatem as origens raciais de Charlotte, com o historiador Mario de Valdes y Cocom acreditando que ela descende diretamente do rei de Portugal Alfonso III e sua amante, Ouruana, que era negra. No entanto, muitos acadêmicos contestaram que não há nenhuma prova genealógica para apoiar a afirmação.
Independentemente das questões sobre os ancestrais de Charlotte na vida real, era importante para os criadores da série identificá-la como uma mulher negra. "Muitos historiadores acreditam que a rainha Charlotte era de herança cultural mista", disse o diretor Tom Verica à Netflix. "Queríamos levar isso em uma direção diferente do que os livros de história disseram que aconteceu - que foi basicamente enterrar isso e não lidar com isso."
Em entrevista exclusiva ao E! News, Tunji Kasim, que interpreta o irmão de Charlotte, Adolphus, explicou como foi importante ter o tema explorado na atração.
"É fantástico ter uma conversa sobre isso", disse Tunji. "É especialmente relevante nos últimos meses, dada a situação de príncipe [Harry] e [Meghan Markle] que está acontecendo na Grã-Bretanha. Navegar em tal instituição – uma instituição predominantemente caucasiana, e com orgulho – a Rainha Charlotte ter que navegar por isso é muito central nesta história".
Quando George III inicialmente manteve Charlotte à distância após o casamento, foi revelado que é porque ele está tentando "proteger os segredos da Coroa", que, na verdade, é sobre sua condição não diagnosticada. Inicialmente considerado um "cerebelo inflamado" por um médico, Dr. Monro (Guy Henry) eventualmente considera que o George na série está "apenas sofrendo de uma desorganização dos nervos".
Na vida real, acredita-se que George tenha tido uma condição médica causada por porfiria. No artigo de 1966 "A insanidade do rei George III: um caso clássico de porfiria", a dupla de mãe e filho psiquiatras, Ida Macalpine e Richard Hunter escreveram que os registros da realeza mostravam que ele sofria de uma doença genética no sangue que pode causar alucinações, depressão e paranóia.
Depois de experimentar inicialmente sua primeira crise de doença mental em 1765 (quatro anos após seu casamento com Charlotte, aliás), George sofreu uma recaída final em 1810. No ano seguinte, seu filho mais velho, príncipe George IV, príncipe de Gales, tornou-se Príncipe Regente.
Como forma de compensar sua ausência, George presenteia Charlotte com um lulu da Pomerânia, que ela inicialmente rejeita e chama de "coelho deformado". No entanto, os fãs de Bridgerton sabem muito bem que a rainha acaba desenvolvendo uma profunda afeição por seus animais de estimação. Mas, na vida real ela sempre teve uma queda pelos fofinhos, tanto que até dois deles se mudaram da Alemanha para a Inglaterra com ela. (Um alô para Phoebe e Mercury!)
Sim, rei George e rainha Charlotte realmente tiveram 15 filhos, nove meninos e seis meninas, durante o casamento, embora dois tenham morrido na infância: príncipe Alfred e príncipe Octavius. Princesa Amelia faleceu aos 17 anos em 1810, com os historiadores citando sua morte como um dos fatores determinantes do agravamento da condição de George.
Assim como em Queen Charlotte: A Bridgerton Story, os irmãos reais tiveram dificuldade em produzir um herdeiro. E quando ambos os pais faleceram, apenas um herdeiro legítimo - a filha de George IV, princesa Charlotte - havia nascido (embora houvesse vários filhos ilegítimos).
Mas princesa Charlotte morreu no parto aos 21 anos, com sua prima, filha de príncipe Edward, que acabou se tornando a monarca dominante: Rainha Victoria.
No episódio três, um jovem Wolfgang Amadeus Mozart se apresenta para Charlotte, uma patrona das artes, e suas damas de companhia, embora o último grupo não esteja nem um pouco impressionado com a criança prodígio.
O encontro de Charlotte com o lendário compositor foi brevemente discutido na primeira temporada de Bridgerton e foi retirado de um encontro da vida real em 1764. Na verdade, ele se apresentou várias vezes para Charlotte, que até cantou durante uma sessão. Embora Mozart nunca mais tenha visitado Londres antes de sua morte aos 35 anos, ele dedicou seis sonatas à rainha.
Ok, estamos exagerando, mas a verdadeira Charlotte foi a responsável por introduzir na Grã-Bretanha o costume de montar uma árvore de Natal, que é retratado no episódio três. (Embora na versão da vida real fosse um Taxus.)
Queen Charlotte: A Bridgerton Story está disponível na Netflix.