Príncipe Harry relembrou antiga polêmica envolvendo a identidade de seu pai biológico.
Nesta terça-feira, 6 de junho, o duque de Sussex compareceu ao Supremo Tribunal de Londres, para prestar depoimento em seu caso de hacking de telefone contra o Mirror Group Newspaper Limited, os editores por trás do Daily Mirror, The People e Sunday Mirror. (No processo, Harry - assim como outras figuras públicas - alegou que o MGN obteve informações sobre eles ilegalmente ao longo dos anos, uma acusação que o grupo negou.)
E além de falar dentro do tribunal, a declaração escrita de Harry também foi divulgada, na qual ele - entre muitos outros tópicos - abordou especulações de que ele seria o filho biológico do ex-parceiro de princesa Diana, Major James Hewitt, e não de rei Charles III.
No depoimento da testemunha, obtido pelo The New York Times, Harry fez referência a uma matéria de dezembro de 2002 publicado pelo The People intitulado "Conspiração para roubar o DNA de Harry". Como o príncipe observou, o artigo relatava "uma conspiração para roubar uma amostra do meu DNA para testar minha linhagem".
"Vários jornais relataram um boato de que meu pai biológico era James Hewitt, um homem com quem minha mãe teve um relacionamento depois que eu nasci", escreveu ele. "Na época deste artigo e de outros semelhantes a ele, eu não sabia que minha mãe só conheceu o Major Hewitt depois que eu nasci."
Harry acrescentou que só soube dessa linha do tempo por volta de 2014, anos depois que surgiram especulações sobre seu pai biológico.
Quando o artigo foi publicado em 2002, Harry tinha apenas 18 anos.
Como ele apontou em sua declaração, essas histórias "pareciam muito prejudiciais e reais para mim" neste momento. "Elas foram dolorosas, maldosas e cruéis", escreveu ele. "Sempre fiquei questionando os motivos por trás das histórias. Os jornais estavam ansiosos para colocar dúvidas na mente do público para que eu pudesse ser expulso da Família Real?"
O Palácio de Buckingham não comentou sobre o julgamento em andamento.
Harry abordou anteriormente as especulações sobre seu pai biológico em seu livro de memórias O que Sobra, lançado em janeiro.
"Uma causa desse boato foi o cabelo ruivo flamejante do major Hewitt, mas outra causa foi o sadismo", escreveu Harry. "Os leitores dos tabloides ficaram encantados com a ideia de que o filho mais novo do príncipe Charles não era filho do príncipe Charles. Eles não se cansavam dessa 'piada', por algum motivo. Talvez isso os fizesse se sentirem melhor sobre suas vidas e que a vida de um jovem príncipe era cômica."
E, como ele observou em sua declaração de testemunha, a linha do tempo nem batia. "Não importa que minha mãe não tenha conhecido o major Hewitt até muito depois de eu nascer", escreveu ele, "a história era simplesmente boa demais para ser esquecida."
Os comentários de Harry no dia 6 de junho sobre a imprensa ocorreram apenas um mês depois que ele recebeu um pedido de desculpas do Mirror Group Newspapers por uma única ocorrência de coleta ilegal de informações.
"A MGN pede desculpas sem reservas por todos esses casos", dizia a declaração de 10 de maio, "e garante aos reclamantes que tal conduta nunca será repetida."
Os trechos mais chocantes do livro de Príncipe Harry, 'O que Sobra':