O ghostwriter de Príncipe Harry fez revelações.
J.R. Moehringer foi sincero sobre o trabalho com o duque de Sussex em seu livro O que Sobra, lançado no início deste ano. E como ele revelou, não foi uma tarefa fácil, ao se recordar que ele gritou com Harry durante uma ligação de vídeo às 2 da manhã.
"Eu fiquei exasperado com príncipe Harry", J.R. escreveu em artigo para a The New Yorker, publicado nessa terça-feira, 8 de maio. "Minha cabeça estava latejando, meu maxilar estava cerrado e eu estava começando a levantar minha voz."
Em certo momento, a conversa esquentou e o escritor achou que ia ser demitido.
"Alguma parte de mim ainda foi capaz de sair da situação e pensar, 'Isso é tão estranho. Estou gritando com Príncipe Harry'", ele confessou. "Então, quando Harry começou a me responder, com suas bochechas corando e seus olhos se estreitando, um pensamento mais urgente me ocorreu: 'Uau, tudo poderia terminar aqui.'"
E o motivo da discussão?
Segundo J.R., foi sobre uma anedota na qual Harry recorda de ter sido "capturado por falsos terroristas."
"Ele foi encapuzado e levado para um bunker subterrâneo", disse o autor de Tender Bar, adicionando que ele estava "espancado, congelado, faminto, despido, forçado a posições de estresse excruciantes pelos captores usando balaclavas pretas".
Em sua memória, o ruivo revelou que os sequestradores o jogaram contra uma parede e a falaram insultos—incluindo uma provocação sobre sua mãe Princesa Diana. Harry queria incluir o que ele disse aos agressores, mas J.R. não achava que era certo adicionar isso ao livro—e isso se tornou um ponto de atrito à medida que trabalhavam na publicação.
"Harry sempre quis acabar essa cena com uma coisa que ele disse aos sequestradores, um retorno que me pareceu desnecessário, e um tanto fútil", disse o vencedor do Prêmio Pulitzer.
Sobre a tensa ligação no Zoom, Harry aproveitou mais uma vez para defender por que era importante adicionar como o sequestro terminou, em seu livro.
"Ele suspirou e calmamente explicou que toda sua vida, as pessoas menosprezaram as suas capacidades intelectuais e esse flash de esperteza, provou que mesmo após ser espancado e privado de sono e comida, ele ainda tinha seu juízo", ele explicou.
Mesmo assim, o romancista manteve sua posição com Harry finalmente cedendo e dizendo a ele: "'Eu realmente gosto de deixar você animado com o trabalho assim'".
Além de suas divergências, trabalhar com Harry foi uma experiência positiva para J.R., que até passou um tempo na casa de Harry e sua esposa Meghan Markle, em Montecito, na Califórnia, enquanto trabalhava em O que Sobra. Na verdade, ele revelou que, enquanto estava na casa de hóspedes, Meghan o visitou com o filho de quatro anos do casal, Archie. (A dupla também tem uma filha Lilibet, de 1 ano).
E o trabalho com J.R. repercutiu em Harry, que até homenageou o escritor durante a festa do livro.
"Ele mencionou meu conselho de 'confiar no livro' e disse que estava feliz por ter feito isso, porque era incrível ter a verdade exposta, de se sentir—sua voz falhou - 'livre'", escreveu o jornalista. "Havia lágrimas em seus olhos. E nos meus também."
Os trechos mais chocantes do livro de Príncipe Harry, 'O que Sobra':